Translate

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Uma olhar sobre o documentário “O segredo de uma criança selvagem”


          O documentário “O segredo de uma criança selvagem” (secret of a wild child) é um bom exemplo das questões associadas á problemática da hereditariedade e do meio (tema referido num anterior artigo deste blog).



            Este documentário conta-nos a história de Genie (pseudónimo dado á criança). Genie era uma criança que sofreu, durante 11 anos, maus tratos por parte do seu pai, vivendo trancada no seu próprio quarto e amarrada a uma cadeira, sem qualquer contacto com o mundo exterior. Este isolamento só terminou quando a Genie tinha 13 anos de idade, a partir de uma assistente social que descobriu o caso. O seu pai acabou por se suicidar umas semanas mais tarde. 
            Logo que este caso foi descoberto, devido ao isolamento, Genie não conseguia falar e não se comportava como uma criança normal de 13 anos e por isso começaram a surgir questões no que toca ao seu crescimento, nomeadamente se esta conseguiria aprender a comunicar numa fase tão tardia do seu desenvolvimento e se poderia alguma vez ser uma criança normal, dado que os períodos críticos (períodos sensíveis do desenvolvimento, que não devem sofrer qualquer tipo de interferência, pois podem resultar em deficiências ou disfunções permanentes) tinham sido afetados. Este caso acabou por ser uma rara oportunidade para os cientistas investigarem uma experiência considerara “proibida” devido aos fatores morais da sociedade e que em condições normais não seria possível.
            Foi Jeanne Butler, terapeuta do hospital onde Genie foi enternada, quem acompanhou mais de perto a sua reabilitação, e deu a primeira casa e o primeiro ambiente familiar depois dos primeiros trágicos anos de vida desta criança, dado que a mãe de Genie não tinha capacidades nem meios de tratar da sua filha.
            Ao longo do documentário temos vários relatos dos cientistas responsáveis por investigar este caso, que vão explicando como esta criança foi evoluindo. À medida que a investigação foi decorrendo começaram a surgir duvidas em relação ao desenvolvimento de Genie, nomeadamente na questão da linguagem, pois Genie apesar de conseguir evocar palavras soltas quando estimulada, não consegui formar frase, ou seja os cientistas depararam-se com um bloqueio na evolução desta capacidade. Então os investigadores questionaram-se se este defeito era oriundo de uma mal formação genética, ou seja se Genie teria alguma deficiência de nascença ou se este bloqueio ocorria devido às interferências ocorridas no seu desenvolvimento, nomeadamente nos trágicos 11 anos da sua vida onde viveu privada de qualquer estímulo linguístico.
            No documentário Genie acaba por mudar várias vezes de casa de adoção onde foi também sofreu maus tratos, que ajudaram a bloquear a evolução desta criança.
            Passado uns anos da investigação deste triste caso, os fundos foram retirados pois cresceu a polémica de que os investigadores estariam a estudar exaustivamente esta criança, e a tirar partido do mediatismo que este caso trouxe na sociedade. Assim através do conflito com as questões éticas a investigação é definitivamente encerrada.



                              (Nota: Se quiser ver este documentário carregue aqui)



            Este caso que se desenrolou na década de 70 ainda hoje levanta algumas questões, que proponho aos nosso leitores  aos nossos leitores:

1-      A propósito da hereditariedade e do meio, será que a Genie não evolui mais e não se tornou uma criança normal devido a hereditariedade ou sera

2-      Acham que que foi bom para a Genie o fim da investigação? Será que os cientistas de facto, entraram em conflito com a ética?

Sem comentários:

Enviar um comentário